21 fevereiro 2011

O inconsciente chama por mim II


(A reabertura de uma história.)

Ao fechar a porta e ouvir aquele som de um encerrar de capítulo, sentiu-se uma pessoa nova.
Outrora queria seguir outro caminho, abandonar tudo aquilo que tinha construído e segurado com toda a força.
Continuava a duvidar das suas escolhas…”será que isto é mesmo o que eu quero?”.
Permanecia confusa e sempre que podia e tinha oportunidade, o seu pé direito recuava e esta pensava, outra vez, em mudar de rumo.
Os seus mundos tornavam-se cada vez mais dependentes um do outro. Isso assustava.
Sentia-se segura, mas ao mesmo tempo, não queria estar presa. Acorrentar o seu coração a alguém metia-lhe medo, dava-lhe vontade de fugir.
Sonhou sempre em percorrer vários sítios, conhecer pessoas diferentes, imaginou descobrir algo de novo…todas essas coisas sem preço.
“Por que não o fazemos os dois, quero partilhar tudo isso contigo.”
Ela parou a meio do caminho, estava pronta para entrar no carro…mas isso não lhe saia da cabeça. As palavras doces que ele lhe tinha proferido latejavam-lhe na mente.
Era por isso que ela recuava sempre.
Era difícil aceitar uma nova vida sem aquele pilar, ele era a sua força.
Será que ela queria mesmo deixar tudo aquilo, como tinha idealizado anteriormente?
Queria mudar a sua vida, isso era certo, mas será que abandonar tudo isto seria a melhor escolha?
O seu coração batia, mantinha-se firme sempre que pensava que era isso que realmente queria, mas amolecia, enfraquecia de tal forma ao pensar no passado e em todas aquelas boas memórias.
Por mais que quisesse negar, aquilo que ela tinha tentado evitar durante tanto tempo acabará por acontecer. Estava ligada a ele e talvez fosse para sempre.
Era com ele que imaginava um futuro, uma vida a dois, algo que antes lhe metia medo, pavor, angústia. Era devido a isso que hesitava.
Sentiu os seus olhos brilharem, ficou sem forças nas pernas e caiu no chão.
O seu corpo tombou no alcatrão da estrada, sentiu o peso dos seus sentimentos esmurrarem o seu coração.
Ele era mais do que ela podia imaginar…ele significava mais do que ela podia desejar e ela já não podia voltar atrás…ela já não podia fugir…eles estavam amarrados, unidos um ao outro.

7 comentários:

Pálinhe disse...

Ela saiu e deixou a casa vazia. o silencio cortante e a escuridão amedrontadora substituía o seu lugar. Mas, nos trilhos, ela tropeçou.. uma mão puxou e ajudou a levantar. E voltou a casa porque se amarrou aos pilares sem saber.

..e ela voltou porque o ama. E porque sabe que mais ninguém tem aquilo que ele tem. E ela deseja o que ele tem.

Eles têm os seus corações amarrados um ao outro. Ela precisa dele, ele precisa dela.

Gonçalo disse...

adorei o texto :)
já não vinhas aqui a algum tempo :) ou é impressão minha? lol

Ade disse...

por vezes o que mais custa é abandonar algo ao qual nos ligamos muito, mas se é o melhor para nós então assim terá de ser.

joana disse...

offline do blogger? impossível :)*

joana disse...

já vi o 500 days of summer :)
e obrigada pelas sugestões :D

Ade disse...

as pessoas preferem usarem-se a sentir algo, preferem é viver a vida.

Mafalda disse...

Adorei mesmo querida:)