29 janeiro 2010

Corrói-me a alma.

Oiço vozes vindas de outrora, vejo nuvens de fogo em pedaços de chuva pesada.

As excessivas dores roem-me os sentidos. Há sempre um bocado de frio que me congela o coração. Voltei a ver aquela entediante escuridão…deixei de sentir o calor e a firmeza.

Aquelas imagens que desvendavam algo promissor quebram-se agora.

O espelho que anteriormente me mostrava perfeitas imagens racha-se por completo, divide-se em múltiplas inseguranças que conduzem a um medo excessivo.

Coisas demasiado corrompidas, vincadas na destrutível mágoa…em todo aquele estéril sofrimento…coisas que me abalam por dentro.

Os pensamentos vagueiam, solitários e moribundos, andam por esta alma fora…cheios de dúvidas e insatisfações por compreender.

Acendem-se os cigarros da dolência, sentem-se os aguçados vendavais do tumultuar da nervosa vontade de me erguer…as pernas balanceiam, a escuridão da madrugada aflita cega-me a visão, o guinchar das incertezas fere-me os ouvidos…perco-me assim dentro de mim mesma…sou um matreiro labirinto, sou um castigado numa prisão…sou um marinheiro perdido em alto-mar…

sou um animal enjaulado no seu próprio ser.

14 janeiro 2010

Mensagem da Semana X

Quem somos nós? O que fazemos aqui? O que queremos alcançar?

"A identidade não se descobre, constrói-se.
Essa é a parte difícil.
"


Alexandre Quintanilha

09 janeiro 2010

04 janeiro 2010

All my Wishes


Mais um ano…
Enquanto fixo o olhar no vazio, por momentos incapaz de controlar (de perceber) os pensamentos que me distraem e alienam, lembro abruptamente o que me declararam:

“…mais um maravilhoso ano passou!”

É tempo de continuar a ser quem era, pode não ser melhor ou pior, mas sou eu e sinto-me feliz assim.

Imóvel e silenciosa, invisível, enquanto não me tento questionar em relação a nada, é assim que enfrento o meu dia-a-dia, fulgurante ou lento, ruidoso ou sombrio, tento sempre sorrir.

Gosto de ser assim, sou eu e só eu, um pouco bicuda e deslocada, talvez demasiado soturna ou até mesmo desligada do mundo, enfim sou eu e os meus pesarosos pensamentos sussurrantes.

Olho em frente, refugiada na música que passa através dos fones e escondendo o rosto naquela blusa de gola alta que me protege do frio, envolvida pelo ruído matinal do trincar dos cereais, enquanto vou pensando – uma vez mais – em tudo o que passou, tudo o que alcancei e todos os falhanços, é impossível não sorrir e deixar de estar contente.

É bom sentirmo-nos bem connosco próprios, com a maneira de sermos, é bom gostarmos de pensar á nossa maneira, de olhar e ver o mundo de uma forma especial…

é conhecermo-nos e sentirmos que vamos lutar por nós e pelo que queremos.

E o tempo vai minguando, lentamente; tal como um cigarro que se vai esfumando, é bom aproveitar cada pedaço de tempo, cada momento e cada minutinho.

O vento passa por mim sem eu dar conta. O chá deve ter arrefecido: pensar nestas coisas deixa-me assim, demasiado lunática com todos os sonhos a volutear em todos as direcções.
Continuo a olhar em frente, é tudo o que consigo fazer, quero continuar a pensar assim por muito mais tempo, só assim consigo viver em paz e sossego, aceitando as coisas.