28 julho 2010

Fake Impire

Há músicas que nos deixam a pensar.
Fazem-nos recuar no tempo, deixa-nos a levitar por breves instantes.
Saímos do presente e viajamos até a uma certa altura da nossa vida.
Recordamos certos momentos, coisas vividas, coisas que nos marcaram.
Fechamos os olhos e prestamos atenção ás letras e ao som.
A música torna-se assim numa "máquina do tempo", uma "caixinha de recordações" ou, então, um "bloco de lembranças" :)


15 julho 2010

Mensagem da Semana XIV


"O verdadeiro amor é como a aparição dos espíritos: toda a gente fala dele,
mas poucos
o viram."
François La Rochefoucauld

04 julho 2010

O inconsciente chama por mim I

(O encerrar de um capítulo.)


"No matter what happens now, you shouldn't be afraid."
Radiohead - Videotape.

Ela queria largar tudo, pegar nas coisas e apanhar um avião. Foi o que fez.

Sem pensar duas vezes, agarrou em algumas peças de roupa e pôs na mala, pegou em 50 euros e meteu no bolso e o próximo passo seria dirigir-se ao aeroporto e desaparecer.

Precisava de um tempo só para ela e as suas ideias.

Longe da família, dos amigos…e dele.

Esperou a vida inteira por aquilo.

Andava a adiar, a esconder-se debaixo de um mundo de fantasia e conto-de-fadas, tinha sido cobarde, mas agora, finalmente, tinha ganho coragem suficiente.

Era a parte mais inconsciente da sua mente que alimentava todo aquele sonho.

Tinha sido demasiado hesitante, tentou esconder aqueles pensamentos e pensar que era feliz assim, mas iludia-se.

Cada dia que passava sentia-se cada vez mais encurralada, cada vez mais frustrada e sem saída.

Aquela não era a vida que ela sempre tinha idealizado, muito pelo contrário, estava-se a tornar um verdadeiro fracasso.

Tinha chegado o seu grande dia, aquele dia pela qual tinha esperado e sonhado uma vida inteira.

Estava ali para fazer renascer aquela fantasia enjaulada no calabouço do medo.

Para ela, a vida não era feita de meras coisas, trivialidades e convencionalismos, para ela a vida era muito mais que isso.

Não queria saber o que iriam pensar ou dizer, claro que a iriam encarar como sendo uma sonhadora e desvairada, cheia de ilusões e ideias loucas, mas isso é que a fazia sentir-se viva.

Era esperado sentir nervosismo e algum medo, ou que até se fosse arrepender e voltar atrás minutos mais tarde. Encontrava-se serena e decidida. Pegou nas chaves de casa, foi automático. Fechou a porta sem olhar uma última vez para o que iria deixar de agora em diante. Sabia que não se iria arrepender.

Não sabia bem como iria ser a sua vida, só sabia que queria muito fazer aquilo.

Estava a abandonar tudo em busca da tão desejada felicidade.