o barulho dos carros a passarem, uma mãe com um bebé ao colo, restos de fumo vindos das chaminés, sonoros batuques dos saltos-altos, folhos de vestidos a esvoaçar, sorrisos e guinchos vindos das crianças, um velhote atravessa agora a rua, uma jovem senta-se na esplanada, paira no ar um cheiro a perfume intenso, um senhor buzina desenfreado e chama “camelo” ao homem do lado oposto, o suor escorre-me pela cara abaixo, desvio o olhar da rua por breves instantes, quando volto a olhar…apareces-me tu!
tu, com o teu eterno sorriso traquinas ao cantinho da boca, aproximas-te e deixas o cabelo cair-te nos olhos, “olá, tudo bem?”, um beijo á pressa numa das bochechas, olho-te de relance, “estás com bom ar”, sorris contente e ajeitas o cabelo, mordo o lábio inferior e o silêncio instala-se, baixo os olhos e afasto as recordações com um abanão brusco, pegas-me a mão direita, os meus olhos ficam inexpressivos, estás quente, ouço alguém a tossir, passam mais duas crianças pela rua, olhas-me agora intensamente como se os teus olhos quisessem falar, “é melhor ir andando”, digo eu apressadamente, recuo dois passos sem te olhar, soltas-me a mão, o teu olhar foge, “vemo-nos por ai”, pões as mãos nos bolsos e fixas os olhos no chão, tão árido como tu, o “vemo-nos por ai” fica-me a latejar na cabeça… olho para o relógio de pulso e já são três-horas, tenho a iniciativa de me despedir, olho-te com brevidade e dou mais dois passos para trás.
senti o teu olhar, pesado e sisudo, perseguir-me enquanto me afastava.
foi naquele momento que tive a certeza que voltaria a ver de novo o teu cabelo despenteado e o teu olhar de garoto, fiquei certa que assim seria.
sei, neste mesmo instante, que apesar de tudo, nada iria mudar. continuarias com o teu cabelo despenteado, com esse olhar maroto e esse sorriso ao canto da boca…continuarias a ser o mesmo, e eu..eu estaria sempre aqui, á espera de mais um encontro ocasional, preparada para te encontrar, assim de rompante, te achar, e pronta para te perder e dizer que tinha que ir “andando”…e nos veríamos “por ai”.
porque, por mais que quiséssemos ou não…acabaríamos sempre por nos encontrar e voltar a perder...foi sempre assim e nada vai mudar.
(eu acho-te ao virar duma esquina, e tu perdes-me num abrir e fechar de olhos.)
31 comentários:
Tão bonito este texto,Silvana. Esta frase, " eu acho-te ao virar duma esquina, e tu perdes-me num abrir e fechar de olhos.", tem muito que se lhe diga..está fantástica!
Sim o amor, deixa-nos mesmo assim.
Beijinho*
o amor é, mesmo, tudo e nada.
Oh, muito obrigada :D tu também escreves maravilhosamente bem
tá maravilhoso este texto.
Sim vou ter a recompensa de entrar na faculdade :D
boa sorte para os teus :D
Com a quantidade de vírgulas que usaste bem consigo sentir a adrenalina do momento. Tudo tão rápido e tão lento...
Ah, pois, tens de vir aqui! :D
Exacto, exacto...primeiro concentração, depois, férias!
é mas é o destino :')
Obrigadaaaa claro que podes dizer x'$
obrigada :D
és uma querida e não sei porque é que ainda não te tenho adicionado -.-)
eu já é este ano -.-
as vezes é mesmo necessário deitar tudo, mesmo :) obrigada.
ahh, não tens de que, gosto mesmo do que escreves xD
Oh muiito obrigada, eu também te desejo muitas felicidades!
Beijinho, querida*
ah, que desgosto. falta de comunicação. isto é fictício ?
espero que não vivas neste isolamento com outra pessoa, o vemo-nos por aí levanta uma lixa na pele!
belo, intenso e perfeito *
o teu é que é lindo. adoro a foto do dia 13 :| *
Adorei (:
Adorei o texto e obrigada (:
"eu acho-te ao virar duma esquina, e tu perdes-me num abrir e fechar de olhos." - esta frase, está mesmo linda.
Um beijinho
"sei, neste mesmo instante, que apesar de tudo, nada iria mudar. continuarias com o teu cabelo despenteado, com esse olhar maroto e esse sorriso ao canto da boca…continuarias a ser o mesmo, e eu..eu estaria sempre aqui, á espera de mais um encontro ocasional, preparada para te encontrar, assim de rompa-te, te achar, e pronta para te perder e dizer que tinha que ir “andando”…e nos veríamos “por ai”.
porque, por mais que quiséssemos ou não…acabaríamos sempre por nos encontrar e voltar a perder...foi sempre assim e nada vai mudar."
revejo-me neste parágrafo. que texto tão lindoooo =')
Quase *-*
Eu acredito muitãoo no destino *.* apesar de achar que somos nos quem o faz, obvio.
***** :'D
gostas? :3
Realmente *_*
E quanto mais leioo os teus textos, mais acho isso :')
Nao aprecio muito Boss Ac mas esta musica..Muito forte, sim senhor!
Olha ate a queridez temos em comum :b
esse texto está lindo!
pelo menos o teu stor fez uma critica boa, agora a minha stora, eu acho que aquilo dá para ver bem a história e mesmo assim mulher não é lá muito boa da cabecinha. e filosofia e fixe?
é linda a musica, é free fallin do john mayer :)
isso é bom de se saber :D
eu gosto deste.
eles são tão bons *-*
Viva a celulite!
de nada e não tens de quê :)
faz ele muito bem! ahah, ainda bem que ainda faltam 2 anitos para eu ter. que fixeee, o livro é lindo, tem uma descrição mesmo fantástica, eu também comprei o quarto hoje, mesmo à bocado, quero ver se o começo a ler ainda hoje!
pois é, a original mesmo é do tom pretty, mas a voz do john é tao bonita :) pois é! :3
Amei o texto.
Obrigada pela visita.
Abraços..
Poetíssima
www.soirild.blogspot.com
Heyy sweetheart :D
É doce a música, nao é? :')
Sou eu sim x'D pirosa -.-
Oh está tão giro...terias jeito para escritora ó Silvaninha (:
Estive a perguntar-me se este texto é FICÇÃO ou REALIDADE
Hmmm acho que é realidade huhuhu não é?
adoro-te (:
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