“vou embora.
sim, eu vou-me embora.
estou farto de pensar e repensar, “é desta que vais conseguir ser forte?...ou vais deitar tudo a perder como sempre?!”
não custa nada, é só agarrar nas coisas e ir embora, fugir e largar tudo.
sempre soube que esta loucura constante daria frutos, que um dia seria capaz de largar tudo e todos e ir em frente!
dia e noite, a olhar sempre pela mesma janela, a ver o mesmo sol, a ir pela mesma rua, sempre a ver as mesma caras, sempre soube melhor fugir e dizer adeus.
porquê contentar-me com o “La vie en rose”, se posso muito bem seguir o lema de “Le libertin”.
a verdade é que nada disto tem razão de ser! desculpa se sou demasiado complicado, ou se sou um idealista depravado, talvez o seja…mas e então? se a vida não tem sentido porquê preocuparmo-nos? quero ir em frente e provar algo novo!
andar na estrada até não reconhecer mais o caminho, ir pelas ruas e ver caras desconhecidas, sentir outros ares e aromas…ver outras paisagens e poder dizer “é isto que eu quero, é assim que sou feliz!”
não percebes, nunca me entendes-te. nem tu nem ninguém.
fica lá no teu irrealizável “conto de fadas” que eu prefiro provar o ópio da vida!
não sabes o quanto me custa acordar todos os dias e sentir-me imensamente inútil, passar os minutos e segundos a perguntar-me o porquê de tudo isto, querer ir embora e sentir-me um animal selvático numa jaula!
se posso optar e escolher o meu rumo não me vou acobardar e contentar-me com toda esta lassidão de vida.
para mim acabou-se, já chega.
tenho plena consciência do que estou a fazer, estou a dar uma nova oportunidade a mim mesmo!
a oportunidade de saber o que é a vida, o que sou eu e o que é tudo isto…
peço-te que me entendas…quem sabe um dia não descubras o mesmo e tenhas coragem de lutar por algo melhor.
voltarei um dia, voltarei…por enquanto guardo boas recordações e boas memórias, agora levo novas esperanças e novos objectivos.
não vou mais tropeçar no vazio nem no silêncio,
vou deixar-me levar pelo instinto e pelos sonhos”.