As excessivas dores roem-me os sentidos. Há sempre um bocado de frio que me congela o coração. Voltei a ver aquela entediante escuridão…deixei de sentir o calor e a firmeza.
Aquelas imagens que desvendavam algo promissor quebram-se agora.
O espelho que anteriormente me mostrava perfeitas imagens racha-se por completo, divide-se em múltiplas inseguranças que conduzem a um medo excessivo.
Coisas demasiado corrompidas, vincadas na destrutível mágoa…em todo aquele estéril sofrimento…coisas que me abalam por dentro.
Os pensamentos vagueiam, solitários e moribundos, andam por esta alma fora…cheios de dúvidas e insatisfações por compreender.
Acendem-se os cigarros da dolência, sentem-se os aguçados vendavais do tumultuar da nervosa vontade de me erguer…as pernas balanceiam, a escuridão da madrugada aflita cega-me a visão, o guinchar das incertezas fere-me os ouvidos…perco-me assim dentro de mim mesma…sou um matreiro labirinto, sou um castigado numa prisão…sou um marinheiro perdido em alto-mar…
sou um animal enjaulado no seu próprio ser.